Se o azar cem anos me der
não hei-de ver mais em ti
do que mais outra mulher
entre as mulheres que esqueci.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
domingo, 21 de fevereiro de 2010
quadra 19
Caem três meses de chuva
sobre quem já foi contente,
que uma lágrima de culpa
nunca será suficiente.
sobre quem já foi contente,
que uma lágrima de culpa
nunca será suficiente.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
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Em fila, ao longo do frio, as janelas iluminadas espreitam o caminho. Demoro os passos, não tenho luz em casa.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
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À luz candeeira dos amarelos mortos, incendeio a solidão de um cigarro em prosa. O grilo em que fui já sabia: assim acaba quem assim viveu.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
quadra 18
Não sou de por onde vais
nem fui de por onde andaste.
Diria, dizendo mais,
que mais não sou do que um traste.
nem fui de por onde andaste.
Diria, dizendo mais,
que mais não sou do que um traste.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
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Pedes que me defina, digo-te o que nos define: prescindibilidade. Bebe mais um copo, ri comigo: não é maravilhoso sermos assim?
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
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Temo cada vez menos a minha morte. Apenas me assusta este precário equilíbrio em que mato e vivo os outros.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
.quadra 17
Não dizem as manhãs frias
o que faço eu ainda aqui:
são já quinhentos os dias
há que sei que te perdi.
o que faço eu ainda aqui:
são já quinhentos os dias
há que sei que te perdi.
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Arrumar é dar rumo. Alguns arrumam-se; outros, como eu, são arrumados. Por isso, como é óbvio, perenemente me desarrumo.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
quadra 16
Passei palavra certeira
pelo pó do pó do mundo
e achei que dessa maneira
o podia ler a fundo.
pelo pó do pó do mundo
e achei que dessa maneira
o podia ler a fundo.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
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