sexta-feira, 30 de abril de 2010

PARA DAR


almoço fora
quatro putos semibarbudos
___de vinte e muitos trinta e poucos___dialectizam_____essa merda___eh pá___que caralho pá___quando aparece o phantom tu metes o speed e___eh pá   a sério___não vás pelo lake___faz escape e aproveita o lucky way___ouve o que te digo senão tás bem fodido___a black lady leva-te os points todos


penso que é conversa de passagem
___mas uma hora depois ainda continuam naquilo_____não percebo metade___nem um quarto___confesso
depois de pagar e me levantar
___
não resisto
e não têm mais nada para dar?

-
entreolham-se na surpresa do seu dialecto
e é o empregado que vem a terreiro
___o empregado que sempre teve a mania de que sou douto___para me aconselhar
ó doutor___ou se põe na moda ou está tramado_____estes putos de agora nunca vão ler as suas coisas

-
riem-se todos a despregated flags

e que tenho eu para dar?

quinta-feira, 29 de abril de 2010

EPPUR MI MUOVO


sou um grave___galileu___de queda mais que estudada
mas só há alguns meses me estudo a tempo inteiro
antes punha asas à madrugada e
___por muito pouco que o meu sono valesse___valia tudo_____
é que antes
___galileu___antes eu sonhava
-
sou um grave
___sim___um grave a gravitar o lado b da espera___que___toda a gente está refarta de saber___é o lado a do fim
-
então cá estou eu
_____para mais um dia

segunda-feira, 26 de abril de 2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

.

Queres matar a saudade? Então não a mates. Ou mata-a de mais.

.

Tarde ou cedo, morre a saudade que não se mata.

PRESENTE MAIS QUE IMPERFEITO


penso todos os dias em ti como era uma vez___um pretérito imperfeito com sabor a condicional___mas isso quem não o sabe?_____não vou dizer que este é o primeiro era uma vez na minha vida nem posso garantir que nunca será foi uma vez com a perfeição das coisas acabadas_____pelo que sei do que sou___só posso dizer que___ independente de tudo___és

quinta-feira, 22 de abril de 2010

.

Restam tristeza, desamparo e culpa a quem não sabe sonhar mais sem sonhar de mais.

terça-feira, 20 de abril de 2010

PALHA ENTRE AS ORELHAS


Mato o caracol que a distracção ignora  – e sinto-me culpado. Peço um salmão grelhado após três semanas de sem cadáveres à mesa – e sinto-me culpado. Vejo-me obrigado a entrar no Centro Comercial do Campo Pequeno – e sinto-me culpado: paredes meias com o meu passeio, tortura-se, mata-se, ovaciona-se o desempenho de pavões assassinos.

Há tempos, no ecrã, o único argumento de um desses vaidoselhos subia os degraus da tradição para maltratar cavalos, vacas, novilhos, touros. Corrijo: não foi maltratar o termo utilizado pelo penteadinho; era qualquer coisa mais próxima de vidas e mortes honrosas. Que sorte, a destes animais. E a dos outros que por lá haja, naquele seu mundo benfazejo: não imagino grandes escolhos na generalização da arte.

Mas de onde me saíram estes gajelhos? Seremos, eu e eles, da mesma fábrica? E se não, quem tem mais palha entre as orelhas?

.

Quer dizer, Clara: orgasmos ou «orgasmos»? Esquece, não há resposta que me esclareça e assim.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

dâsse

1989_______ o segundo furriel rodrigues___número mecanográfico zero-36-515-de-88___assenta praça em elvas_______bebe tangos sevenups batidos de coco__e acompanha com bollycaos ______estes são maiores e mais recheados do que o futuro e trazem tous___tou c'a veneta___tou chocho      tou na pior ___________________________
o rodrigues
___claro___também tá_____mas é fodido