segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
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Muita vez me diz minha mãe que mais vale cair em graça que ser engraçado. Mas nunca me tinha dito que, neste país, cair em graça não é fruto do acaso mas benesse de quem pode. E foram precisos 45 anos para eu o descobrir com todas as letras.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
um mês
Sem vontade nenhuma para viver. Será que isto se arrasta muito mais? Se o coração me não falhar antes, alguma coisa acontecerá a apressar o fim. Foi crescendo o esforço que toda a vida me susteve, abeiro-me da exaustão.
Ontem fez um mês que morreste, eras uma das minhas principais bengalas. Quantos suspiros de resignação, meu amor.
Por enquanto, a mãe ainda precisa de mim. Mas a imagem antiga em que aponto uma pistola à cabeça e disparo... repete-se agora várias vezes ao dia.
Não sei se vou acabar mal, mas sei que vou acabar em breve.
Ontem fez um mês que morreste, eras uma das minhas principais bengalas. Quantos suspiros de resignação, meu amor.
Por enquanto, a mãe ainda precisa de mim. Mas a imagem antiga em que aponto uma pistola à cabeça e disparo... repete-se agora várias vezes ao dia.
Não sei se vou acabar mal, mas sei que vou acabar em breve.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
15.02.2012 - 22.02.2012
Pensava que era precisa muita paciência para esperar a vez nos hospitais, mas muita paciência não chega. Na última semana, eu e a mãe fomos quatro ou cinco vezes ao Santa Maria - e em nenhuma das vezes esperámos menos de cinco horas. Hoje, apenas para mostrar um ecocardiograma ao médico: parece estar tudo menos mal no coração, o que é importante saber antes da operação ao cólon - ligeiros problemas na aorta e na mitral (a mitral parece andar a perseguir-nos), que pareceu-me serem comuns na sua idade.
Estou a tentar preparar-me para a meia-maratona de Lisboa mas sem muita ambição: só quero baixar da 1h50 e disseram-me que o meu objectivo está no papo se já fiz 1h55 em dezembro .
Sem ti, para que serve a minha mão esquerda? Agora levo-a sempre no bolso quando passeio o Bê-Dê.
Estou a tentar preparar-me para a meia-maratona de Lisboa mas sem muita ambição: só quero baixar da 1h50 e disseram-me que o meu objectivo está no papo se já fiz 1h55 em dezembro .
Sem ti, para que serve a minha mão esquerda? Agora levo-a sempre no bolso quando passeio o Bê-Dê.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
piegas
Luís Caminha é piegas
quando chora o desamor,
o adeus, as noites incertas
e este azar que se instalou.
Apara em paz as afrontas
e deixa ir tudo o que parte
sem levantar muitas ondas
nem queixa que aos grandes farte.
Luís Caminha não gosta
é que o chame de piegas
esse tipo da fatiota
que tanto o enterra na merda.
quando chora o desamor,
o adeus, as noites incertas
e este azar que se instalou.
Apara em paz as afrontas
e deixa ir tudo o que parte
sem levantar muitas ondas
nem queixa que aos grandes farte.
Luís Caminha não gosta
é que o chame de piegas
esse tipo da fatiota
que tanto o enterra na merda.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Corte nas calorias
Preocupada com a nossa saúde, a Mars, fabricante dos chocolates Mars e Snickers, vai cortar nas calorias. Como? Diminuindo-lhes o tamanho. Claro que ao apreciador que quiser dar o antigo número de dentadas, ficar-lhe-á mais cara a vontade. Digo eu, que já vou percebendo um pouco destas coisas.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
11.02.2012-14.02.2012
Chamava-se 1ª Corrida da Nauticampus, mas isso pouco importa, eu só queria estar acompanhado durante 10 quilómetros. Éramos 600 e fiquei no 229º lugar da geral, 12º entre as mulheres :). Com a falta de treino, a desmotivação, enfim, a tristeza em que ando, foi muito bom. Longe dos 46 minutos que cheguei a fazer antes da tua morte, mas abaixo dos 50; e nesses menos de 50 nunca deixei de me repetir 'menos de 50 para ti, Barbinhas'. O último quilómetro foi a deitar os bofes por fora e quando a uns duzentos metros vi a meta, acelerei em pura fermentação. Foi muito, muito difícil, vale bem uma lambidela de agradecimento na minha cara também barbuda, não vale? Para o registo: 49m26s.
Ainda não te disse, mas anda à nora uma válvula do meu coração. Fui proibido de correr e aconselhado a ir à faca. Nada disso, eu sempre gostei de jogar no limite.
Tenho passado as manhãs com a mãe entre hospitais e centros de saúde. Mas as coisas parecem estar controladas. Depois de amanhã voltamos ao Santa Maria.
O Bê-Dê manda-te um latido grande, querido. Do coração.
Ainda não te disse, mas anda à nora uma válvula do meu coração. Fui proibido de correr e aconselhado a ir à faca. Nada disso, eu sempre gostei de jogar no limite.
Tenho passado as manhãs com a mãe entre hospitais e centros de saúde. Mas as coisas parecem estar controladas. Depois de amanhã voltamos ao Santa Maria.
O Bê-Dê manda-te um latido grande, querido. Do coração.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
01.02.2012 - 10.02.2012
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Vou-me habituando a viver sem ti, umas vezes com um sorriso pelos dias bonitos em que me acompanhaste, outras com o arrependimento de nem sempre ter sido o melhor dos teus amigos. Cada vez me custa menos estar na cama porque a cama é o lugar onde te sinto mais próximo. Era aqui que nos demorávamos tantas horas da noite e tantas horas de sol, de calores encostados e longos abraços.
Aparentemente, a mãe não está tão mal como inicialmente pensámos. Em princípio na terça-feira vamos falar com o cirurgião que a vai operar.
Estou com hipertensão, excesso de colesterol, triglicéridos a mais. Não deixa de ser um pouco injusto para quem não come carne... Será do queijo. E da fruta. E do álcool. Enfim, será dos meus excessos.
Entretanto voltei a correr um pouco, na semana passada. Depois parei, perdi-lhe mesmo o gosto depois de teres partido. Mas amanhã, mesmo sem treino vou tentar fazer uma prova de 10 km. Se conseguir acordar a tempo. Custa-me acordar porque acordar é regressar à tua ausência.
Hoje fui a uma reunião para acertar a publicação do nosso segundo romance. Sem grandes expectativas, já não tenho idade para achar que tenho importância.
Tenho tantas saudades tuas, meu amor. Anteontem sonhei contigo e eras uma criança que me dava a mão.
Vou-me habituando a viver sem ti, umas vezes com um sorriso pelos dias bonitos em que me acompanhaste, outras com o arrependimento de nem sempre ter sido o melhor dos teus amigos. Cada vez me custa menos estar na cama porque a cama é o lugar onde te sinto mais próximo. Era aqui que nos demorávamos tantas horas da noite e tantas horas de sol, de calores encostados e longos abraços.
Aparentemente, a mãe não está tão mal como inicialmente pensámos. Em princípio na terça-feira vamos falar com o cirurgião que a vai operar.
Estou com hipertensão, excesso de colesterol, triglicéridos a mais. Não deixa de ser um pouco injusto para quem não come carne... Será do queijo. E da fruta. E do álcool. Enfim, será dos meus excessos.
Entretanto voltei a correr um pouco, na semana passada. Depois parei, perdi-lhe mesmo o gosto depois de teres partido. Mas amanhã, mesmo sem treino vou tentar fazer uma prova de 10 km. Se conseguir acordar a tempo. Custa-me acordar porque acordar é regressar à tua ausência.
Hoje fui a uma reunião para acertar a publicação do nosso segundo romance. Sem grandes expectativas, já não tenho idade para achar que tenho importância.
Tenho tantas saudades tuas, meu amor. Anteontem sonhei contigo e eras uma criança que me dava a mão.
sábado, 4 de fevereiro de 2012
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