terça-feira, 18 de junho de 2013

em busca do soneto (2004)

Abríramos assim o apetite
para estes e mais doze que prosseguem!
Mas eu estou surdo deste que sorriste
e habito a espuma cega de um outro éden.

Soubera as palavras que se perdem
nas curvas do teu colo, minha circe!
Caídas e maduras, apodrecem
destes versos que escrevo e não pediste.

Repousa o nosso amplexo neste coro
mínimo para repetir sem medo
as vogais lentas que pareces rindo.

Onde pusemos nós a chave de ouro?
Ah! eu quisera só mais um soneto
que de aqui me guardasse enquanto minto.

Sem comentários:

Enviar um comentário