Lambrou Dimitris que em Lesbos se é lésbico. Alargo eu: assim como romano em Roma e (entre lésbicas, alfacinhas e quejandos) lisboeta em Lisboa.
Mais lambrou Dimitris: a maninha, lésbica como ele, nem lésbica chega a ser. Que, o mesmo é lambrar, Deus dá nozes a quem não tem dentes.
São lambranças a mais, lambrou o homem, e, vai daí, ordem nas lésbicas, tribunal com elas. Elas, as lésbicas lésbicas, como é óbvio, as que têm dentes, tenham ou não tenham nozes.
Por seu turno, estas lésbicas lésbicas também já se tinham lambrado muito bem (ou mal?) lambradinhas que não são homossexuais: homossexuais são os outros (ou as outras?), que nem lésbicas são (ou lésbicos?).
Que trapalhada! Maior ainda porque também se me deu em lambrar. E lambrando, lambrando, se me lambrou que, se calhar, as lésbicas, ou pelo menos algumas delas, até são homossexuais. Por isso, ou da Comunidade de Homossexuais e Lésbicas se tiram os gajos e ficam todas lésbicas, ou se tiram as gajas e alguns até continuam lésbicos. Isto, claro, para não se tirarem todos de todos - e, nesse caso, nem homossexuais nem lésbicas para ninguém: lésbicos, lésbicos, só os lésbicos mesmo. Acho eu... Isto é só a gente a lambrar.
E também se me lambra agora que sou homo, quer queira quer não, embora menos sapiens do que se pensa e bastante mais rato do que se diz. E deixa-me furibundo que os moços (e algumas das moças?) se digam homossexuais. Homo quê?
Para mim, portanto, lambra-se-me, em conclusão, o seguinte: ou se lesbicizam todos de uma vez ou, então, tribunal mas é com todos, Dimitris incluido. Agora, por favor, em Lisboa é que não: deixemo-nos de mariquices.