eu putinelhoabutre do futuro e de outros passados
carcereiro de vertigens e invasor evasivo
violador de esperas e de esperas dissimulado
eu putinelho
latejando à superfície
da sonolência do mundo
registando as fraquezas da função humanoide
eu putinelho
crepitando de enfados enfadado de imprevistos
cobrindo de óxido e carcaças
os actos exaltados dos que me rejeitam
eu putinelho
ceptro-trono-coronado hiperoculado
no cume da minha colina informo que
não passais de vermes
no largo lento cego túnel de um suposto sonho
apenas sois um eco longínquo
abafado distorcido incompreensível
frémito quase imperceptível
da mera suspeita das raízes
eu putinelho
ceptro-trono-coronado hiperoculado
no cume da minha colina aviso que
nunca me cansarei do deus que sou