terça-feira, 18 de agosto de 2009

MORRESSES LONGE

Um a um, arrancas os cadáveres dos seus abrigos perfeitos: prendes-lhes as cabeças com a subtileza de alicates bastantes e arrasta-los para a trituração na parte molarizada do teu inferno desigual. Garantes-me não sentir as antenas.
– Gostas mesmo...
– Sou capaz de andar cem quilómetros por uma boa caracolada. Isso e um leitãozinho à maneira.
– Mas... são bebés, não são? Mal deixam de mamar quando...
Pões um orgasmo na cara, a baba quase te escorre, desconchas mais dois ou três mortos. Apalpas no bojo a dúzia de bojecas, as três e quase quatro travessas que vieram e desapareceram.
– A conta, por favor. Estou satisfeito.
– Mas... não come o resto? – desabafa o empregado.
– Não. Leve, leve que já estou estou bem pesado.
Os cadáveres em concha – despeja-lhes o empregado em cima o prato de conchas vazias.


.....Ah, morresses. E morresses longe.

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