Já não há vendaval que me fustigue as lágrimas, apenas um ensaio de frio sobre o correr da madeira. Quantos anos – antes de poder abrir a gaveta da nossa ausência; quanta morte – para não desejar a morte no pedaço de papel que te lembra… A luva que esqueceste já não te esconde os dedos, os meus dedos sobre elas já não recordam nenhuma pele: de tempo coagulou a tua passagem por mim.
E um segundo ensaio de frio percorre a nossa velha caixa de cigarrilhas. Fumar mata, mas fazem-me sorrir os deliciosos despojos que ainda guarda. Retiro um, acendo-o, saboreio-o. Qual mata qual quê… Fecho a caixa e rodo-a, talvez como no movimento com que te entrançava o cabelo.
No outro e por outro lado, fumar pode reduzir o fluxo de sangue e provoca impotência.
Ah... Então foi isso.
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