Em 2011, não me passava pela cabeça que o teu 2012 viesse a ser tão pequeno. Vamos a meio de março e reparei que todas as datas me saem com um ano de vida: vou remendar agora as que puder.
A mãe foi internada hoje e desta vez parece que para operar. Diz que no Santa Maria passa uma grande seca, está num quarto com outra pessoa que não lhe liga nenhuma e parece que se ressente. Só agora reparo: sou mais parecido com o pai - tu não conheceste o pai, vieste viver comigo meio ano depois de ele morrer e por isso eu não pude ser logo teu amigo. O pai gostava de estar só, como eu. Espero é que não tenha sido pela mesma razão que a minha: uma culpa ancestral em ocupar o tempo e limitar o espaço dos outros.
Não sei, ninguém sabe o que se passa com o meu sistema circulatório: vive em tensão permanente, 17-10, e não sai daí nem com medicamentos. Mas creio que um dia se descobre, e digam o que disserem, a verdade será apenas uma: faltas-me..., não há noite, passados quase dois meses, em que não me acordem os pesadelos do teu fim.
Agora vou correr um pouco, muito devagarinho não me vá dar o badagaio numa altura tão pouco propícia, e durante uma ou duas horas: acontece até que, sempre que arranjo coragem para o fazer, a hipertensão se esconde por uns tempos e tu regressas ao meu sorriso.
Muitas festas na tua barriguinha branca, querido.
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