Quando fores velhinha e nós olvido
e eu do que sou nem rasto nem ruína,
talvez reencontres num papel perdido
o homem que nestes versos te imagina.
Sempre à espera de um troço repetido
na tua busca sempre de menina,
pus neles o sinal mais bem medido
de uma longa jornada clandestina.
Pois fiz de cada instante um desafio,
uma nova alvorada da cegueira
com que me vias tiritar de frio.
Pois dia a dia fiz da vida inteira
o sonho de um só dia. E desconfio
que faria outra vez de igual maneira.
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