O cão que vive comigo,
meu companheiro de há tanto,
já sabe que eu nunca digo
à noite o que ao dia canto.
Por isso, quando me deito
triste e em lágrima corrida,
encosta o corpo ao meu peito
a querer saber da vida.
Tenho uma ou duas ideias
mas ficam para depois:
na nossa almofada a meias
adormecemos os dois.
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