Luís Jardim (1947-2013) |
Eu teria sabido, no hospital
onde vieste morrer, perto de mim,
como ia Deus, como ias tu, que tal
a vida te embalava antes do fim,
se fumavas como antes, se ainda andavas
com a pressa de andar, se mantiveras
aquele riso aberto entre palavras
que fez parte das minhas primaveras.
Foi de ti que entendi, eu te diria,
como é capricho o encontro da verdade
e fútil a ânsia em pontuar os i's.
Foi de ti que aprendi, criança um dia,
que é a caminho sempre que o homem há-de
ser o caminho que a criança quis.
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