Ontem percebi, numa discussão com um defensor das touradas, que uma boa parte da nossa sociedade, pelo menos uma parte maior do que eu pensava, tem o homem como medida de tudo e a desculpa de tudo nas tradições.
Um homem que tem por chão o amor à vida e o respeito por todos os seres vivos não pode argumentar com outro que se desloca no chão acrítico das tradições e da prepotência de uma espécie sobre todas as outras. Os dois habitam casas diferentes e apenas se podem anunciar pelo disparo. Mas eu não sou atirador, hei-de continuar a viver onde vivo, com a indicação de quem sou e de portas abertas a quem quiser entrar.
A minha medida é a vida, o meu limite o sofrimento desnecessário. E cada vez vai cabendo mais nesse sofrimento desnecessário.
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