terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Soneto deste longo inverno
O fecho paulatino das palavras
é a doença maior durante o inverno
e este frio que nunca mais acaba
sintoma apenas de que não te espero.
A forma na parede que estacava
por insónias o azul do teu regresso,
é sombra; sombra a cama estupefacta
pelo teu corpo ausente nos meus versos.
Nasce o dia e parece que desperto
de um sono largo, ininterrupto e certo,
roubo da noite em coração a trote.
É tudo falso: de manhã é quando
dou conta de que vivo tiritando
deitado nos lençóis da nossa morte.
versão pseudo-cantada no blogue antes da guitarra
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