Para a Rayen
(Los Andes, Chile, 2002 - Oeiras, Portugal, 20.xii.2019)
Venho reaprendendo o uso do tempo
desde a tua partida, os meus olhos
ainda reféns dos teus havia muito enevoados.
Surpreso sempre nos vaivéns da espera,
a tua respiração continuará a ser
durante meses a minha rotina.
Talvez um dia destes consiga
reabitar a cama de que me achavas dono,
essa cama que quiseste partilhar comigo
durante um par de noites antes do princípio do fim.
Não tem sido fácil tudo isto sem ti,
meu tranquilo amor chileno,
à minha demanda tem-lhe faltado
a incrível precisão da tua bússola.
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