van Gogh, Noite estrelada, 1889 |
Quantas vezes num canto desta casa
a noite me apagava de apatia,
quantas vezes esperei de espera rasa
o retorno da noite no outro dia.
Quantas vezes a vida se fazia
de abandoná-la, quantas vezes na asa
da desistência a minha pele tardia
abafava o desejo que se atrasa.
Quantas vezes o riso antes a dois
acrescentava o pranto à madrugada
e o silêncio ao deserto que me faz.
Quantas vezes o poema foi depois,
quantas vezes a luta abandonada
porque no fundo nunca fui capaz.
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