SONETO DO ZOMBIE
Não há pátio nem varanda
nem janela para a praça,
nem alor de salamandra
quando à noite o frio ameaça.
No relógio que se atrasa
um remate que se adianta,
vou mofando pela casa
enquanto isto não desanda.
Sou um zombie: há quem diga
não haver melhor palavra
que me acerte ou me defina.
É provável. Não procuro
o que nunca procurava,
não há alma sem futuro.
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