sábado, 14 de março de 2020

SONETO SEM FUTURO


«Vens-me com essa lábia toda
de vida assada e nós assim,
que não há nada que nos ponha
nos abas cruéis de outro jardim.
Mas olha, Antóneo..., eu pus-me gorda
de convicções neste interim,
o que mais hoje me envergonha
é o que foste para mim.
Como pudeste, na modorra
da tua vida sem pilim,
presumir que eu era senhora
para futuro tão chinfrim?
Esquece essa história, inventa outra
com mais amor, com menos fim.»



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