quarta-feira, 30 de setembro de 2020

primeiro café da tarde XXIV


Quem me dera, amoriga, como tu
não me lembrar de nada, talvez dizer:
se as vidas bifurcam num par de meses
o que será delas num par de décadas...
Ao menos pudesse dizer que me lembro
de muito pouco, que só quando o azar
me esgaravata as memórias
ainda sofro a noite prolongada
que teve início na tua ausência.
Daria tudo para que no pouco do que me lembro
houvesse pouco mais do que este despertar sem remédio
do que uma pitada do teu sorriso a trinta de setembro,
do que um adeus.

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