Pergunto-me
se esta perene beleza multicolor
me invade com o fito do invasor,
se a sua vida me dana e ao mundo que escolhi,
se acaso o escolhi,
se tê-la nos meus dias não é antes
um paulatino, gradual, certo, imprevisto
desencolhimento do fim,
se acaso é fim,
se é acaso o meu fim,
se é o meu desencolhimento acaso.
Pergunto-me se esta perene beleza multicolor
me desarruma e,
Pergunto-me se esta perene beleza multicolor
me desarruma e,
se me desarruma,
desarruma porquê
desarruma porquê
desarruma o quê em mim?,
se me desatina e,
se me desatina e,
se me desatina,
que perco eu com o desatino
que perco eu com o desatino
que perco eu do que não é meu?
Pergunto-me se o melhor remédio para o desconforto
ante o alarde desta perene beleza multicolor
Pergunto-me se o melhor remédio para o desconforto
ante o alarde desta perene beleza multicolor
não será contemplar e sorrir,
contemplar, sorrir e abanar a cabeça
num gesto de tão parvo,
tão parvo que cheguei aqui,
contemplar, sorrir e abanar a cabeça
sem rancor ao que fui,
sem inveja ao que poderia ter sido,
sem mágoa sequer pelo estafermo que estou.
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