Tens razão no que dizes acerca
da minha deplorável tendência para desopilar o fígado
com estereótipos à mesa do café,
deste penoso hábito com que insisto
em desenrolar a mesma história desanxabida.
Entendo
que rejeites os pretextos que dou
para as mulheres serem assim e os homens assado,
os portugueses por aqui e os espanhóis por ali,
que negues humor, mesmo eu sorrindo,
aos supostos cambiantes das minhas aborridas
e emolientes narrativas cinzentas.
Irrita-te, bem sei que te irrita,
sob a ameaça do silêncio eu não saber calar,
no ábaco da existência ser nula a soma
do que penso com o que faço e do que faço com o que digo.
Como é evidente, falta-te aceitar
que sou um mau café.
Só depois de o fazeres, deixarás de sofrer
a trágica comédia dos meus dias.
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