sexta-feira, 25 de junho de 2010

HOMO ICAROS

Grandes correntes, grandes descobertas, grandes invenções, grandes actos assentam, muitas vezes, na facilidade que alguns têm para, considerando menos do que meia dúzia de variáveis, avançar. Quando têm consciência dessa facilidade, esse avanço é desonestidade intelectual. Quando não, é mesmo, e só, limitação. Em ambos os casos é arrogância. E em ambos os casos há, quase sempre, outros que pensaram o mesmo mas não deram o passo. Ou porque o soubessem em cama de erro ou porque o soubessem mal fundamentado.

Concluindo e resumindo, se subimos tão alto devemo-lo a um conjunto de filósofos e cientistas, políticos e artistas que se julgaram mais importantes e/ou mais inteligentes do que na realidade eram. Os verdadeiros pensadores nunca poderiam ter chegado a quaisquer conclusões sobre este mundo: sabiam que os 'dados' eram exíguos; que era estreita a capacidade humana; que, no fundo, o homem é, apenas e ao mesmo tempo, mais uma das teorias da-e-sobre-a-natureza.

Não se me derretam em vida as asas deste Ícaro.

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