quinta-feira, 31 de outubro de 2019

tantas musas e uma só

Ao poeta Jorge Fortes, no seu natalício


Já não sei eu quanto ocupa
o amplo harém das minhas musas,
rumando ao céu e sem culpa,
galgando por sobre a turba
enjoada de almas obtusas.

Fi-lo de pedras e plantas
ontem roubadas aos livros,
retiro e alma das calhandras 
tecto e paz dos pintassilgos,
e à espera em cada janela
sopra sempre o canto d'ELA.

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