às vezes um imenso mar de cinza
que esbate os tímpanos que grita ao rasto
da minha pele entre algas de silêncio
uma náusea inquieta que me afunda
quando assim acontece tudo é dentro
uma náusea inquieta que me afunda
um dilúvio de plástico e alcatrão
que as fronteiras desfaz que cega as vozes
na densidade destes peixes podres
sorri-me então um vago tiritar
sorri-me então um vago tiritar
um saber e de cór as cefaleias
da côr essas que esgueiram em camisa
por entre as horas os invernos todos
quando assim acontece tudo é dentro
e quando não é porque tudo é fora
Lisboa, 17.09.2010
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