sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Soneto desgovernado


Se exausto um dia o futuro
atirasse ao lixo o enredo
e desistindo de tudo
desistisse deste azedo,
se de esperanças e apuros
se deixasse tarde ou cedo
displicente face ao furto
por ontem deste brinquedo,
se atribuísse ao céu escuro
a persistência do albedo
e compreendesse quão curto
inventa amor, quão veneno,
se exausto um dia o futuro
quisessse ser desgoverno...

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