quarta-feira, 18 de abril de 2012

nem três horas

Lídia veio demasiada
bater-me à porta hoje à tarde,
os olhos postos em água
e na voz tudo o que sabe.

Estendeu as mãos exaustas
de impotência com saudade
e buscou no que me falta
o consolo que lhe cabe.

Mas como a lua trouxesse
a promessa de outro dia,
ainda nem eram sete
e já de mim se esquecia.

Às oito bateu com a porta
porque eu era coisa morta.

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