Durante algum tempo
lembraste-me água. Mesmo quando chovia sobre
as rosas sobre a terra em que um dia nasci.
E adormecia no teu nome
palavras que o tempo guardava
e devolvia pela manhã.
Concha de minha mão no teu seio
era eterna, sei lá porquê.
E porque não fosse meu, sémen vertido no teu ventre
era por antífrase infecundo.
Mas não compreendeste
a inquietude e a morte dos instantes,
a importância dos sentidos em espera,
os tremores de mãos vazias.
Por isso, agora, quando chove,
se penso e se penso em ti
é para dizer:
«Vai chover para outro lado.»
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