sábado, 23 de fevereiro de 2013

espuma (2005)


Eu sou daqueles que se tornam tardes
assim que o sol rasteja em nossas casas
e anoiteço tão fácil de guardar-te
como o roubo do sol às alvoradas.

Tempero no luar da tua carne
os versos ancestrais da minha calma,
que apesar dos relâmpagos que trazes
és no crepúsculo das minhas asas.

Na tua boca moro o sentimento
que sempre coube no porvir do beijo
e cabe sempre neste fogo lento.

E sorrio de todas as partidas:
os amantes perenes morrem cedo
como espuma na praia de algum dia.

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