"Por minha mãe, eu seria andré, que serve melhor em destino de macho. Malogrou-se, no entanto, a sua vontade e fiquei luís. O que, por si, nunca me desagradou, não obstante os lulus de quem já quis escarnecer e os luisinhos das amiguinhas que mais não foram. [...] Qualquer nome pode aproveitar a brincadeiras ingratas, eis um facto; e até se me deu em fortuna não me terem posto antónio."
O narrador de Um pinguim na garagem começa assim por se demarcar de mim. Teve o azar de não ser andré, mas ao menos não tem de carregar o nome antónio. Mas tramei-o: à distância de quase quatro anos creio que nunca estive tão autobiográfico. Só n'A decadência dos olfactos comecei a inventar.
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