No tempo das princesas eras essa
de caracóis compridos e sardinhas
em cujo colo se extinguia a pressa
de que todas as horas fossem minhas.
Pouco pontual e nada assídua, vinhas
no gesto de quem sempre recomeça,
sem lastro de lembranças comezinhas
nem o veneno oculto da promessa.
Sendo assim, ainda hoje me pergunto
por que razão fui eu puxar o assunto
do teu passado de feitiçarias,
por que razão me pus insatisfeito
para tornar a cama onde me deito
patíbulo do bem que me fazias.
Lisboa e 2014
(A primeira quadra desponta noutros
sonetos bem mais antigos e que a merecem
menos.)
sonetos bem mais antigos e que a merecem
menos.)
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