e eu passo a noite de janela aberta,
às cinco e muito pouco me desperta
a longa conferência dos pardais.
Ao coro dos meus dias sempre iguais
esse coro se junta. E bem alerta,
olhos no tecto, escuto à descoberta
de mundos que não vêm nos jornais:
A feitura dos ninhos ainda ignora
qualquer licença. A ocupação veloz
sucede sem aviso de última hora.
Cada ramo é futuro de uma voz.
E de sono e alva se constrói a aurora,
apesar de ontem, apesar de nós.
Lisboa e 2011
Lisboa e 2011
Sem comentários:
Enviar um comentário