Lecomte du Nouÿ, «Démosthène s'exerçant à la parole» (1870) |
Parecia haver sempre uma palavra
com o peso certo, fosse clandestina
no relato ordinário da rotina,
fosse remanso em estrépito de aldraba.
Éramos jovens, pouco se nos dava
com que régua o futuro se media
e ainda menos quão válida e precisa
era a sua leitura, quão exacta.
Para sermos sinceros, e apesar
de não o termos querido confessar,
nunca a verdade foi a nossa presa.
Mesmo hoje que o silêncio nos contém,
indústrias há que nos parecem bem
apenas pelo efeito da surpresa.
Leceia e 2016
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