Imagem Canal Ciências Criminais |
Black arrasta a corrente à procura de um naco
de céu caído. Em vão. Apenas morde,
neste tão derradeiro ano disto que é morte,
os repisados vãos do seu metro quadrado.
Passa os dias assim apesar de cansado
de outros dias assim apesar da má sorte
que lhe impõe a renúncia apesar do transporte
aos cuidados da mãe apesar de passados.
Um minuto à tardinha, o carcereiro vem
renovar a ração, saber da água também,
tratar da merda no ar que chateia o vizinho.
Black quer-lhe bem. Pele e osso, a cabeça vergada,
fica a vê-lo partir e nunca pede nada,
aprisionado já no seu próprio latido.
fica a vê-lo partir e nunca pede nada,
aprisionado já no seu próprio latido.
Leceia e 2015
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