eu peço a cerveja ela o café com perna-de-pau é o nosso encontro à sexta
às vezes trocamos as minhas escrituras pelos estudos que a apaixonam mas esta voz que tantas vezes apago açambarca a maior parte do nosso tempo
claro que as novidades são dela e eu apenas me esforço por limar arestas de histórias antigas
antes ainda me avisava já disseste isso na semana passada talvez seja a poeira dos anos que me obriga a juntar pormenores noutros tons das mesmas cores é por isso que ela agora sorri quando eu me repito e que eu me repito ainda mais porque a vejo sorrir
outras vezes no entanto como anteontem eu passo demasiado rente ao solo e ela parece exausta
guardamos silêncio então que não sei de quem melhor lide com a minha tristeza e só me importa adivinhar o sabor do gelado e sentir o aroma do café e perceber que ela dormiu tão pouco
será que a convenço para hoje? fiquei tão só da semana que trazia...
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