quinta-feira, 30 de setembro de 2010

REDONDILHA MENOS

és desequilibrista     digo-lhe eu     andas sempre à procura do voo picado que te esqueça
mas a vida não é isso     dionísio     a vida faz-se de vivê-la

ele nem ouve
pega no portátil e deixa-se cair outra vez          o milionésimo raide à rede     em busca de um nome     uma cara     um vestígio das novidades que perdeu

quando     por fim     se apeia no meu relógio     é só para despir as lágrimas     e vestir de sorriso     e sussurrar-me um ou dois pedidos:

luís     por que não te calas?
cala-te e volta a ajudar-me com as tuas malditas redondilhas     repõe o sonho     arredonda as arestas da minha queda

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