quarta-feira, 1 de setembro de 2010

sakineh


não consigo imaginar     sakineh      por que torturas a mentira se fez verdade

talvez já não esperes a clemência dos bandidos     talvez estejas convicta de que nem a mereces de tanto deus que te falta
sim     porque deus é só quando os homens querem     e os homens que governam o teu país são poços vazios das almas que sugam

não consigo imaginar     sakineh     a vida castigada no látego insensível
que mão atormentou as tuas procuras?     com que cega cobardia comanda ela os destinos do teu corpo?     como pode ela decidir o fim dos teus dias?

só encontro na minha perplexidade os olhos vazios e fundos com que se preparam para te apedrejar

a estupidez é o seu castigo          mas por que razão hás-de tu pagar por ela?

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