.
Não vejo dia para me ir embora
do ar que sorvo e da sombra que me aperta,
mas sempre que me ponho à janela
passa a ser dentro o que antes era fora.
Perpétuo prisioneiro, a minha cela
ambula e reconstrói-se a toda a hora;
e quando me dirijo à sua porta
derramo em luz a dimensão da espera.
Não há segredo, então... a vida inteira
procurei o tesouro mais escondido
em lugares que nunca visitei,
para agora entender desta maneira
que por trás dos meus olhos há sorrisos
e por trás destes a mulher que amei.
--------------------------------------Lisboa, 2005
Sem comentários:
Enviar um comentário