quinta-feira, 19 de julho de 2012

a minha viagem (2005)

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Não vejo dia para me ir embora
do ar que sorvo e da sombra que me aperta,
mas sempre que me ponho à janela
passa a ser dentro o que antes era fora.

Perpétuo prisioneiro, a minha cela
ambula e reconstrói-se a toda a hora;
e quando me dirijo à sua porta
derramo em luz a dimensão da espera.

Não há segredo, então... a vida inteira
procurei o tesouro mais escondido
em lugares que nunca visitei,

para agora entender desta maneira
que por trás dos meus olhos há sorrisos
e por trás destes a mulher que amei.

--------------------------------------Lisboa, 2005

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