sexta-feira, 13 de julho de 2012

asas

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Dizem que nunca na vida
prendes o passo, que nem
sequer pensas no regresso:
pois darias por perdida
a alma inteira, pois não tens
gosto no que tens por certo.

Dizem mais: que sobrevoas
o lastro do que persiste
ao largo do que acontece,
que ninguém te vê à toa
disto que hoje nos faz tristes
e que ontem nos trouxe inertes.

E dizem que de futuro
darão sonhos ao teu nome
e o teu nome às madrugadas:
mostraste, acima de tudo,
que um dia quem nunca pôde
há-de por fim abrir asas.

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