.Palavra que, de pronta, te regresse
- que é dela, ah como hei-de procurá-la?,
quanto dela hei-de pôr na minha fala
se todo o meu segredo te aborrece?
Meu amor - quando, para que te interesse,
me valeria a pena pronunciá-la?
Quão próximo de ti, que tom, que sala
para abrir espaços ao que me apetece?
Palavra que, de exacta, me descubra
sob o teu gesto rude a noite rubra
- existe acaso? ou esse olhar é tudo?
Espero? Avanço? Continuo mudo?
Ou és possível, diz, mulher cansada,
na esquina ignota de uma só palavra?
--------------------------------------------Oeiras, 2005
Sem comentários:
Enviar um comentário