domingo, 9 de junho de 2013

dois, um, dois, nenhum (2001)

Descobrir o teu corpo rebuçado
para o abraçar de beijos e colectas:
os poemas no teu olhar de lado
assim se fazem - que eu não tenho pressas.

Náufrago no triângulo esperado,
desafiar a morte em linha recta,
ir ao fundo do céu, salvar-me a nado,
inalar o universo que se oferta.

Antes e por enquanto e entre tanto
transformar-se na esfera do desejo
o planisfério a dois de sermos um.

Antes e por enquanto. Mas depois:
a cama sempre do regresso ao medo,
os dois por um que já não são nenhum.

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