sábado, 1 de junho de 2013

Na planície corrida do meu tecto (2001)

És dessas que penujam por acaso.
Alpinara-te há tanto!, mas confesso
que, nu em força e mãos, estou cansado
na planície corrida do meu tecto.
Por isso me és como quem cresce perto:
amiga por fazer, vizinha ao lado
dos vizinhos que sei, espreito do metro
e setenta em que vivo e não há caso.

Fumeguitorces como roupa seca
ao sol do kalahari, e eu, paciente,
sou nessa espera este que nunca chega
a outro de mim numa outra desentrega
a outra de ti enquanto a noite mente
e os astros rodam lentos como as lesmas.

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