Querido Barbinhas,
Equipei-me. Muito devagarinho, uma horinha curta, vou recomeçar a correr daqui a pouco.
Desde 29 de outubro que tinha os ténis de lado, um dia depois de ter batido o meu tempo em dez quilómetros de altibaixos: 43m03s, já nem me lembro do nome da prova. Mas não foi essa a razão para ter parado. No dia seguinte, ruíram muitas das minhas construções. Tu sabes, já te contei o que se passou num dos últimos sonhos que fizemos.
Tenho precisado de mais cama e sofá, mais cerveja, menos luta nos tempos livres. Andei a laborar num erro durante cinco anos e agora estou a laborar noutro: o da engorda.
Nada de especial, não é? Ao longo dos nossos treze anos de vida a dois, já me viste assim, com estes quilinhos a mais, em períodos de maior tristeza.
Queria tanto que estivesses cá. Ando um pouco melhor de dinheiros, encheria de mimos a tua velhice. Olha, o bê-dê acaba de dar um latido. Tu sabes, é o modo de ele dizer que também sente a tua falta.
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