sábado, 9 de março de 2013
cristalizações (2007)
as fronteiras são onde as ponho
antigamente
era eu criança e mais verdadeiras
podiam ser as coisas
pareciam cortinas de fumo
e cristal migado
e estavam quase tão longe
como a sensação das raízes
em nosso redor
mas eu sempre me senti o mesmo nó
fixo e solitário entre os nós da corda que nos atravessa
foi por isso que as fronteiras recuaram e recuaram
até à distância dos meus braços curtos
e é por isso que hoje
sobre estas diminutas superfícies
de vidro em fumo solidificado
tacteio todas as viagens que já não posso
com a ajuda de uma ou duas fórmulas canónicas
tu por exemplo
tu continuas pomar de cabelos nórdicos
com terra em púbis longínqua
mas
como tantas e tantas outras coisas
cais agora de nuvens baixas e aos meus pés
entre estrondos e rabecas negras
esse desprendimento
faz parte de nos querermos
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário