Hoje o meu dever era cantar a pátria, içar a bandeira, assomar à praça. Hoje era o momento de ser optimista, um renascimento, um sol de conquista.
Mas fazes-me falta há já tantos dias que quero e não posso sentir alegrias. Estoira o teu cabelo na minha almofada e estou que não posso dar outra batalha.
Hoje eu, que devia juntar-me ao coro, escondo-me do dia, sussurro este solo. Que faço tão longe, dando mais motivos a esta tortura cruel dos sentidos?
Tua boca pequena dentro do meu beijo, conquista, governa, não toca a recesso. Teu corpo no meu, cantando suores, trinados possessos, violentos tremores.
Hoje o meu dever era cantar a pátria, içar a bandeira, assomar à praça; e creio, afinal, que foi o que fiz, sonhando o teu abraço, voando ao teu lado.
Sem comentários:
Enviar um comentário