sábado, 30 de março de 2013

nostalgia (1997)

Há esta memória vaga
em cada vontade,
o segredo que se acaba
porque já não é.

Num aroma que se faz
depois da partida
e que lembra quanto chove
quando já não chove;
numa tristeza inventada
com a sinceridade
de uma vida que desaba,
irrecuperável;
há esta memória vaga
de felicidade.

Numa cama grande
que à noitinha me recebe
e de madrugada,
fria ainda, me despede;
numa estrada longa
que percorro como quero
para longe, creio,
sem atalhos, sem veredas;
há esta memória vaga
do que já não é,
o segredo que se acaba
na tua vontade.

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