domingo, 31 de março de 2013

le pingouin (n. fraissinet)


Não passo de um pinguinzinho
Em banquisa distante
Sempre só no meu banho
Nesta imensa piscina
Oceânica e salina

Não passo de um pinguinzinho
Que não tem nada, nada
Nunca terei filhotes
Enfim, imagino eu,
Que nem das 'pinguinas' sei

     Queria tanto pensar

     Que um dia o futuro
     Me trará um navio
     Queria tanto partir
     Do meu tão pobre império
     Onde agora apodreço
     Não tenho outro desejo


Não passo de um pinguinzinho
De banquisa em bacia
Sofrendo em solidão
Sou sempre eu que cozinho
E são sempre sardinhas

Não passo de um pinguinzinho
Sem qualquer paixão
Nem sequer um amigo tenho
Em tão fina banquisa
Só eu me posso mexer

     Refrão

Aventurei-me um dia
Crendo-me já grandinho
Sobre um tubarão branco
Que parecia mais receptivo
Mas não lhe havia visto os dentes

    
Refrão

Eu era um pinguinzinho
Em busca de companhia
Mas só testemunharam
O meu anseio de amor
Aqueles cinquenta caninos

     Queria tanto pensar
     Que um dia o futuro
     Me traria um navio
     Queria tanto partir
     Do meu tão pobre império
     Onde apodrecia
     Não tinha outro desejo

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