sexta-feira, 22 de março de 2013

sorrio (2003)

Sorrio se o teu cocker se distrai
a farejar as ruas que inventou -
- sorrio porque sei para onde vais
e, claro, é por aí que eu sempre vou.

Persigo-te e sorrio ainda mais
quando à tardinha fazes de charlot;
sorrio até das aves que em sinais
vêm descobrir o fácil que te sou.

Sorrio, enfim, porque me tens por réu,
de todo o mal que aconteceu na cruz,
da má fortuna que baixou do céu.

Sorrio quando os nossos corpos nus
se concedem por último troféu
e se encontram nos nomes que lhes pus.

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